AUTOR EM DESTAQUE: MACHADO DE ASSIS

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BIOGRAFIA

O MESTRE DA LITERATURA BRASILEIRA

Machado de Assis nasceu no dia 21 de junho de 1839 no Morro do Livramento, Rio de Janeiro do Período Regencial, então capital do Império do Brasil. Seus pais foram Francisco José de Assis, um mulato que pintava paredes, e Maria Leopoldina da Câmara Machado, lavadeira açoriana. Ambos eram agregados da Dona Maria José de Mendonça Barrozo Pereira, esposa do falecido senador Bento Barroso Pereira, que abrigou seus pais e os permitiu morar junto com ela. As terras do Livramento eram ocupadas pela chácara da família de Maria José e já em 1818 o terreno começou a ser loteado de tão imenso que era, dando origem à rua Nova do Livramento. Maria José tornou-se madrinha do bebê e Joaquim Alberto de Sousa da Silveira, seu cunhado, tornou-se o padrinho, de modo que os pais de Machado resolveram homenagear os dois nomeando-o com seus nomes. Nascera junto a ele uma irmã, que morreu jovem, aos 4 anos, em 1845. Iniciou seus estudos numa escola pública da região, mas não se mostrou interessado por ela. Ocupava-se também em celebrar missas, o que lhe fez conhecer o Padre Silveira Sarmento, que, segundo certos biógrafos, se tornou seu mentor de latim e amigo.

Em seu folhetim Casa Velha, publicado de janeiro de 1885 a fevereiro de 1886 na revista carioca A Estação, e publicado pela primeira vez em livro em 1943 graças à Lúcia Miguel Pereira, Machado fornece descrição do que seria a casa principal e a capela da chácara do Livramento: "A casa, cujo lugar e direção não é preciso dizer, tinha entre o povo o nome de Casa Velha, e era-o realmente: datava dos fins do outro século. Era uma edificação sólida e vasta, gosto severo, nua de adornos. Eu, desde criança, conhecia-lhe a parte exterior, a grande varanda da frente, os dois portões enormes, um especial às pessoas da família e às visitas, e outro destinado ao serviço, às cargas que iam e vinham, às seges, ao gado que saía a pastar. Além dessas duas entradas, havia, do lado oposto, onde ficava a capela, um caminho que dava acesso às pessoas da vizinhança, que ali iam ouvir missa aos domingos, ou rezar a ladainha aos sábados".
Como já citado, a região sofria forte influência da igreja católica, de modo que a vizinhança frequentava suas missas; a casa era "uma espécie de vila ou fazenda", onde Machado passou sua infância. Nesta época, José de Alencar tinha apenas 10 anos de idade. Três anos antes do nascimento de Machado, Domingos José Gonçalves de Magalhães publicava Suspiros Poéticos e Saudades, obra que trazia os ideais do Romantismo para a literatura brasileira. Quando Machado tinha apenas um ano de idade, em 1840, decretava-se a maioridade de D. Pedro II, tema que viria a tratar anos mais tarde em Dom Casmurro. Ao completar 10 anos, Machado tornou-se órfão de mãe, e o pai viúvo tão logo perdera a esposa casou-se com Maria Inês da Silva em 18 de junho de 1854, que cuidaria do garoto quando Francisco viesse a morrer um tempo depois. Segundo escrevem alguns biógrafos, a madrasta confeccionava doces numa escola reservada para meninas e Machado teve aulas no mesmo prédio, enquanto à noite estudava língua francesa com um padeiro imigrante. Certos biógrafos notam seu imenso e precoce interesse e abstração por livros. Mudou-se com seu pai para São Cristóvão, na Rua São Luís de Gonzaga nº48 e logo o pai se casou com sua madrasta Maria Inês.
Joaquim Maria Machado de Assis foi um escritor brasileiro, amplamente considerado como o maior nome da literatura nacional. Escreveu em praticamente todos os gêneros literários, sendo poeta, romancista, cronista, dramaturgo, contista, folhetinista, jornalista, e crítico literário. Testemunhou a mudança política no país quando a República substituiu o Império e foi um grande comentador e relator dos eventos político-sociais de sua época.
Nascido no Morro do Livramento, Rio de Janeiro, de uma família pobre, mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou universidade.Os biógrafos notam que, interessado pela boémia e pela corte, lutou para subir socialmente abastecendo-se de superioridade intelectual. Para isso, assumiu diversos cargos públicos, passando pelo Ministério da Agricultura, do Comércio e das Obras Públicas, e conseguindo precoce notoriedade em jornais onde publicava suas primeiras poesias e crônicas. Em sua maturidade, reunido a colegas próximos, fundou e foi o primeiro presidente unânime da Academia Brasileira de Letras.
Sua extensa obra constitui-se de 9 romances e peças teatrais, 200 contos, 5 coletâneas de poemas e sonetos, e mais de 600 crônicas.Machado de Assis é considerado o introdutor do Realismo no Brasil, com a publicação de Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881). Este romance é posto ao lado de todas suas produções posteriores, Quincas Borba, Dom Casmurro, Esaú e Jacó e Memorial de Aires, ortodoxamente conhecidas como pertencentes a sua segunda fase, em que se notam traços de pessimismo e ironia, embora não haja rompimento de resíduos românticos. Dessa fase, os críticos destacam que suas melhores obras são as da Trilogia Realista.Sua primeira fase literária é constituída de obras como Ressurreição, A Mão e a Luva, Helena e Iaiá Garcia, onde notam-se características herdadas do Romantismo, ou "convencionalismo", como prefere a crítica moderna.
Sua obra foi de fundamental importância para as escolas literárias brasileiras do século XIX e do século XX e surge nos dias de hoje como de grande interesse acadêmico e público. Influenciou grandes nomes das letras, como Olavo Bilac, Lima Barreto, Drummond de Andrade, John Barth, Donald Barthelme e outros.Em seu tempo de vida, alcançou relativa fama e prestígio pelo Brasil, contudo não desfrutou de popularidade exterior na época. Hoje em dia, por sua inovação e audácia em temas precoces, é frequentemente visto como o escritor brasileiro de produção sem precedentes, de modo que, recentemente, seu nome e sua obra têm alcançado diversos críticos, estudiosos e admiradores do mundo inteiro. Machado de Assis é considerado um dos grandes gênios da história da literatura, ao lado de autores como Dante, Shakespeare e Camões.

OBRAS

Romances
  • Ressurreição, (1872)
  • A mão e a luva, (1874)
  • Helena, (1876)
  • Iaiá Garcia, (1878)
  • Memórias Póstumas de Brás Cubas, (1881)
  • Casa Velha, (1885)
  • Quincas Borba, (1891)
  • Dom Casmurro, (1899)
  • Esaú e Jacó, (1904)
  • Memorial de Aires, (1908)
Coletânea de Poesias
  • Crisálidas, (1864)
  • Falenas, (1870)
  • Americanas, (1875)
  • Ocidentais, (1880)
  • Poesias Completas, (1901)
Coletânea de contos
  • Contos Fluminenses, (1870)
  • Histórias da Meia-Noite, (1873)
  • Papéis Avulsos, (1882)
  • Histórias sem Data, (1884)
  • Várias Histórias, (1896)
  • Páginas Recolhidas, (1899)
  • Relíquias da Casa Velha, (1906)
Peças de teatro
  • Hoje Avental, Amanhã Luva, (1860)
  • Queda que as mulheres têm para os tolos, (1861)
  • Desencantos, (1861)
  • O Caminho da Porta, (1863)
  • O Protocolo, (1863)
  • Teatro, (1863)
  • Quase Ministro, (1864)
  • Os Deuses de Casaca, (1866)
  • Tu, só tu, puro amor, (1880)
  • Não Consultes Médico, (1896)
  • Lição de Botânica, (1906)
Contos selecionados
  • "A Carteira"
  • "Miss Dollar"
  • "O Alienista" (†)
  • "Teoria do Medalhão"
  • "A Chinela Turca"
  • "Na Arca"
  • "D. Benedita"
  • "O Segredo do Bonzo"
  • "O Anel de Polícrates"
  • "O Empréstimo"
  • "A Sereníssima República"
  • "O Espelho"
  • "Um Capricho"
  • "Brincar com Fogo"
Contos selecionados
  • "Uma Visita de Alcibíades"
  • "Verba Testamentária"
  • "Noite de Almirante"
  • "Um Homem Célebre"
  • "Conto de Escola"
  • "Uns Braços"
  • "A Cartomante"
  • "O Enfermeiro"
  • "Trio em Lá Menor"
  • "O Caso da Vara"
  • "Missa do Galo"
  • "Almas Agradecidas"
  • "A Igreja do Diabo"




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